terça-feira, 18 de maio de 2010

Devaneios de uma mercadoria ordinária


Na ânsia de negar o mundo

não percebo que negaria a mim mesmo.

Dentro do imenso desejo de me livrar, tropeço em coisas.

Sapatos

Televisões

Rádios

Carros

Deformado por reflexos

bem visível em espelhos e telas.

Sou apenas mais um fugitivo que retorna

útil indivíduo integrado à sociedade.

Homens

Mulheres

Crianças

Empresas

Sou coisa no meio de outras coisas.

Coisa que pensa.

Coisa que parece.

Meu preço é baixo pelo que faço.


Wellington - Poeta de Gaveta


Um comentário:

Cicero Super disse...

Gostei muito do seu comentario sobre"deformado por reflexos, cujo ao autor e a nossa propria imagem, sobre uma superficie gelada e indolor."