domingo, 17 de fevereiro de 2008

Graciliano Ramos - São Bernardo


Vivia agora a passear na sala, as mãos nos bolsos, o cachimbo apagado na boca. Ia ao escritório, olhava os livros com tédio, saía, atravessava os corredores, percorria os quartos, voltava às caminhadas na sala.
Certo dia, na horta, espiava um formigão que se exercitava em marchas e contramarchas inconseqüentes. Inconseqüentes para mim, está visto, que ignorava as intenções dele. A voz antipática de d. Glória interrompeu-me a observação:
_ Vim dizer adeus. Vou-me embora.

RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Editora Record: Rio de Janeiro, 1991.

Nenhum comentário: