quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

D.P.M.E. - Departamento de Perícias do Estado


Na última terça, 07/12, tive uma experiência inacreditável no D.P.M.E. (Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo), poucas vezes, eu vi um lugar tão desorganizado como esse departamento. Veja bem, tenho boas horas e dias de sobrevivência em lugares que costumam fazer esforço na área da bagunça: hospitais públicos, postos de saúde, bancos, terminais de ônibus. Inclusive, fui operador de telemarketing por seis anos e sou professor, então conheço bem os discursos vazios, mas este lugar ao qual me refiro parece querer ser o "melhor" em todas as categorias desagradáveis.
Numa das cenas mais lamentáveis da manhã de terça, entre outras que não foram nem engraçadas pelo menos, relato o seguinte fato: estava eu e outros candidatos ao ingresso na Rede Estadual de Educação aguardando o chamado do oftalmologista (um médico sem educação e com nojo das pessoas, por sinal), quando nossos nomes foram chamados por uma outra funcionária. Esta funcionária pediu para que fizéssemos fila, saímos do fim de um grande salão e fomos até um balcão formar a tal fila, ela pediu que aguardássemos, e então nos conduziu para frente do mesmo consultório onde estávamos antes! (Bagunça organizada!)
Como já ocorrera antes, acabei reprovado por ter sopro no coração, sou professor de português e não posso trabalhar por ter, sem qualquer sintoma, sopro no coração, faz todo o sentido pra quem deseja discriminar! É uma reprovação preliminar, entretanto, como passei num concurso público, agora vou ter que questionar o Estado profundamente, pois no passado, além da falta de informação, não abri um processo porque queria apenas dar umas "aulinhas" pra ganhar experiência!
Mais uma vez, é triste pensar que a mesma gestão vai completar 20 anos no comando do Estado de São Paulo, uma gestão que se diz eficiente, mas dá um tratamento desumano neste departamento em questão (eu não estou citando vários detalhes para o texto não ficar gigantesco!)
O Deputado Estadual Carlos Giannazi tem tentado lutar contra isso, mas parece que enfrenta o excelente Exército da Situação na Assembléia legislativa de São Paulo. Quem quiser, pode ver seus vídeos no youtube ou acessar seu site. Eu nem votei no cara hein! Favor não confundir, e tenho consciência que a minha demanda pessoal não chega perto da importância coletiva dos problemas apresentados por este órgão do governo.

Wellington - Poeta de Gaveta

10 comentários:

Fernanda disse...

Estive lá em Julho de 2009 e vivenciei a mesma situação. Mandaram os candidatos formar fila, nos carregavam de um consultório a outro, ninguém sabia exatamente onde deveríamos passar. Perderam fichas de candidatos, mandaram gente pra médico errado, nos fizeram ficar das 11:00 hrs até às 14:00 esperando uma moça que viria passar informações, e a única coisa que ela fez foi dar o endereço do local onde iríamos fazer a escolha da vaga no dia seguinte, (endereço que todos já tinham!)e durante esse tempo não podíamos descer para almoçar, com a justificativa de que anteriormente um candidato saiu para almoçar durante o processo e foi atropelado, para evitar problemas eles passaram a proibir qualquer saída antes do término. Vi alguns serem reprovados, muitos serem maltratados, e durante a espera, em meio aos protestos que nós candidatos fazíamos, a principal pergunta era: É essa "boas vindas" que recebemos ao ingressar no serviço público do Estado de São Paulo? Depois de um ano como servidora estadual, percebi que isso era só o começo...

POETA DE GAVETA disse...

Pra quem quer evitar licenças médicas, o começo de tudo seria oferecer condições mais saudáveis de acolhimento!

Professor Matias Vieira disse...

Companheiro, quero me solidarizar com sua angustia, infelizmente o papel do estado cuidador de seu povo esta sendo trocado pela ideia empresarial de eficiencia e racionalidade, e daí neste conceito o estado cuidador não pode dar certo, tem que ser desqualificado para justificar a substituicão do modelo. Um estado minimo, que nigligencia seu papel oferecendo péssimo serviço e aplaude a efeciencia do modelo privado. Um grande abraço meu amigo.
"Querem nos distruir, mas não conseguirão!" Prof Matias

PenseaRespeito* disse...

É terrivel. Há anos você dá aula na prefeitura com esse mesmo coração e pode?! Coração tão bom o seu. Coração preocupado, compromissado com os alunos.
O Wellington da Prefeitura não serve no Estado? É triste, você perde, o Estado nem sabe quem é você, mas os alunos, maiores interessados, perdem muito não o tendo como professor.

Força mano, tamo junto!!!

Cidadão Quem? disse...

Bem vindo ao clube chefe!
Os servidores sofrem abusos faz tempo! O DPME reprova aleatóriamente e depois reconsidera todas as reprovações dos que correm atrás, tipo uma especie de requisito para assumir a função. Gente doente passa, gente sã é reprovada. Os proprios peritos reclamam da ingerencia administrativa nas pericias. Veja só:
http://www.cidadaoquem.blog.br/search/label/DPME

POETA DE GAVETA disse...

É isso aí Samuka! Não resta outra alternativa, temos que nos mobilizar, ou, no mínimo, "colocar a boca no trombone"!

Abração!

Cleber Decanini disse...

Pois é, Fui convocado para estar lá em março, apresentar meus atestados e laudos de tratamento médico. O incrível é que não estou em tratamento médico. Minha últiuma licença médica foi em outubro de 2008. A bagunça é geral mesmo.
Abraços...
Cleber

POETA DE GAVETA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
POETA DE GAVETA disse...

Pois é Cleber, não podemos nos calar, o jeito é jogar no ventilador mesmo!
Caso seja prejudicado, procure seus direitos!

Abraços

Wellington

rolegal disse...

Será que as entidades defensoras dos direitos humanos tem conhecimento dos constrangimentos a que os candidatos a novos integrantes do quadro de magistério do Estado estão tendo por ocasião das perícias? Muito bem faria um representante da instituição naquele local de perícias nos dias em que as mesmas para admissão são feitas. Eu por exemplo fiquei retido em psicologia. Indago: se já sou professor do Estado e não passei no exame psicológico para outro padrão, posso continuar dando aulas? Não seria o caso de eu ser afastado então ou de ser admitido no novo padrão? Pelo que pude notar como professor e principalmente como acadêmico de Serviço Social, o tratamento ali, principalmente na área psicológica, é dado preconceituosamente, pelas aparências. Se a pessoa está bem vestida, se fala bem com as madames psicólogas (principalmente) ele está aprovado. Se está de short, de cabelo pintado com cor "diferente", de chinelo ou de uma outra maneira q ñ agrada as madames psicólogas, então a pessoa é retida sem razão de fato. E o que é pior. Os retidos que cometem a audácia de questionarem o porque ou de pedir para verificar o seu próprio laudo, são tratados deseducadamente pelas madames psicólogas, numa demonstração de total despreparo para a função. Elas necessitam de tratamento psicológico ou outro mais aprofundado. Em uma sociedade onde houvesse humanidade no atendimento ao cidadão, elas não estariam mais lá. Um senhor que pediu para ver seu laudo foi tachado de agressivo. Até parece que elas não são. Uma senhora que cometeu o mesmo erro de pedir seu laudo foi chamada de descontrolada e o que é pior. Uma das madames psicólogas disse que a preclara professora tinha que se cuidar, pois a ansiedade a havia deixada gorda! Isso é um absurdo. Por favor. Investiguem o que estou pondo aqui.
Grato,