Mais um dia de trabalho. Oito meses já, queria férias, mas tudo bem! Acordar todo dia às cinco, pegar o ônibus, depois o outro, trabalho corrido e puxado, sair às seis, chegar em casa às oito. Esta é a rotina cansativa de Roger Lins.
__ Por que não procura outro emprego? Mais perto de casa. Dizia a mãe, com pena do filho.
No momento era o que tinha, era o que dava, não tinha o que fazer. Melhor do que ficar parado!
O corpo já acostumou com o horário, dorme no ônibus, não chega atrasado, aprendeu o trabalho.
Lembrava-se vagamente dos primeiros dias, quando o local ainda era estranho, o percurso, o horário, as pessoas.
Lembrava-se muito bem do dia da entrevista porque poderia ter chegado atrasado. Gaguejou, não soube responder uma pergunta, estava nervoso, não soube preencher a ficha, mas, apesar disso tudo, não chegou atrasado.
Roger Lins estava trabalhando, estava empregado, não estava desandado como tantos do seu bairro. Roger Lins fazia o que pediam, chegava na hora e saía depois do horário.
Esse jovem estava, por assim dizer... sei lá... feliz!
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