O vento abraçava a escuridão. A escuridão apaziguava o pensamento de Roger Lins. Ele fumava um cigarro no quintal e aguardava ansiosamente pelo dia de amanhã. Ensaiava as palavras, tentava antecipar perguntas, o melhor tom de voz.
Agora a cerveja acabou, mais de duas horas da madrugada, domingo à noite, a segunda feira vai nascendo lentamente. Ela vai atravessando paredes, assumindo o horizonte, o ar, o céu, os sons e a terra. O domingo morre para nascer a segunda-feira: é o dia útil.
Roger Lins será alçado pela utilidade do dia. Ele tem o que fazer, sabe o que fazer, por qual motivo fazer, onde e quando. É uma entrevista, é uma apresentação, é uma salvação. A roupa já estava escolhida. Tudo certo!
Tem o ônibus, é f.... Não pode falhar, justo amanhã, amanhã não pode atrasar, não pode chover.
Pensava até em não dormir para não perder o horário!
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